"Nada mais importante que estudar a vida, mesmo que esteja inserida em uma minúscula célula"

domingo, 19 de junho de 2011

Os polirribossomos

Em algumas células, certas proteínas são produzidas em grande quantidade. Por exemplo, a observação de glândulas secretoras de certos hormônios de natureza protéica (que são liberados para o sangue, indo atuar em outros órgãos do mesmo organismo) mostra, em certos locais, uma fileira de ribossomos efetuando a leitura do mesmo RNA mensageiro. Assim, grandes quantidades da mesma proteína são produzidas.
Ao conjunto de ribossomos, atuando ao longo se um RNAm, dá-se o nome de polirribossomos.
 

Componentes


Ribossomos são estruturas pequenas, mas complexas, com cerca de 20 a 30 nm de diâmetro, consistindo de duas subunidades de tamanhos desiguais, referentes à subunidades maior e menor as quais estão adaptadas intimamente como visto na figura acima. Uma subunidade é composta por um complexo formado por moléculas de RNA e proteínas; cada molécula contém pelo menos uma subunidade de RNA ribossômico (rRNA) e uma grande quantidade de proteínas ribossomais. As subunidades juntas contém mais de 82 proteínas específicas reunidas em uma seqüência precisa.



O ribossomo procarioto em E. coli tem um tamanho de 70s. As duas subunidades tem formas 3-D distintas e reconhecíveis. Aproximadamente 2/3 dos ribossomos E. coli consistem de rRNA e o restante consistindo de proteínas ribossômicas. Assim, as subunidades 50s e 30s combinadas são 70s devido a forma 3-D dos ribossomos.

Componentes dos ribossomos procariotos

Tipo de rRNA
Número aproximado de nucleotídeos
Localização da subunidade
16s
1542
30s
5s
120
50s
23s
2904
50s


Em geral, ribossomos eucariotos são maiores e mais complexos que os ribossomos procariotos. O tamanho dos ribossomos e o peso das moléculas de rRNA diferem de organismo para organismo. Eucariotos simples tem ribossomos menores, embora eles sejam maiores que os ribossomos de E. coli,enquanto mamíferos tem os maiores ribossomos. Todos os ribossomos eucariotos tem em comum muitas características estruturais e químicas. Por exemplo, os ribossomos de mamíferos tem um tamanho de 80s consistindo de uma subunidade maior de 60s e uma menor de 40s. O ribossomo 80s de mamifero consiste de aproximadamente pesos iguais de rRNA e proteínas ribossômicas.

Componentes dos ribossomos eucarióticos

Tipo de rRNA
Número aproximado de nucleotídeos
Localização da subunidade
18s
1900
40s
5s
120
60s
5,8s
156
60s
28s
4700
60s



Estrutura dos ribossomos


Forma: subunidades maior e menor
Ribossomos procariotos e eucariotos são muito similares na forma. As subunidades menores dos ribossomos procariotos e eucariotos tem uma cabeça e uma base com uma plataforma com uma protuberância que se estende para um lado como visto na figura abaixo à esquerda; entretanto, características adicionais da subunidade menor dos ribossomos eucariotos incluem uma ponta que se estende da cabeça da subunidade menor no lado oposto da fenda e um conjunto de lobos no final da subunidade oposta à cabeça (na figura acima, à direita); acredita-se que os lobos contém seqüências adicionais que fazem rRNA 18s maior que o 16s bacteriano.

A subunidade maior tem uma protuberância central proeminente,stalk, e uma crista que se estende para um lado como visto à direita na figura acima. A subunidade maior tem uma abertura de aproximadamente 10nm de comprimento e 2.5 nm de diâmetro; a abertura se estende da região que contém os sítios A (aminoacil) e P (peptidil) até a parte da subunidade maior da qual a associação da cadeia polipeptídica nascente sai do ribossomo. Pensa-se que esta abertura é um canal no qual a cadeia polipeptídica nascente atravessa no caminho de saída do ribossomo.

Localização e tipos de ribossomos

Ribossomos são encontrados nas células sob duas formas: livres e associados ao retículo endoplasmático. Eles existem em várias localidades dentro da célula; entretanto esta localização depende da função da célula.
Ribossomos livres
  • Encontrados no citoplasma
  • Podem ocorrer como um único ribossomo ou em grupos conhecidos como polirribossomos ou polissomos
  • Ocorrem em maior número que os ribossomos associados ao retículo, em células que retém a maioria das proteínas fabricadas.
  • Responsáveis pelas proteínas que estão em solução no citoplasma ou formam elementos móveis ou estruturas citoplasmáticas importante




Ribossomos associados ao retículo
  • São encontrados associados à membrana exterior do retículo endoplasmático (RE) constituindo o RE rugoso
  • Ocorre em maior número que os ribossomos livre, em células que secretam suas proteínas fabricadas (ex., células pancreáticas produtoras de enzimas digestivas).
  • Responsáveis pelas proteínas que formam membranas ou ou são empacotadas e estocadas em vesículas no citoplasma ou são exportadas para o exterior da célula.

Ribossomos também estão localizados na mitocondria e cloroplastos de células eucariotas; eles são sempre menores que os ribossomos citoplasmáticos e são comparáveis aos ribossoomos procariotos em tamanho e sensibilidade a antibióticos; entretanto, os valores de sedimentaçãos (s = unidade Svedberg: uma medida da taxa de sedimentação de um componentes em uma centrífuga, relacionando peso molecular e a forma 3-D do componente)varia nos diferentes filos. Ribossomos procariotos e eucariotos executam as mesmas funções pois fazem o mesmo conjunto de reações químicas; entretanto, ribossomos eucariotos são muito maiores que os procariotos e a maioria das suas proteínas são diferentes. Ribossomos mitocondriais e dos cloroplastos assemelham-se aos ribossomos bacterianos.
As células aplicam considerável esforço para a produção destas organelas essenciais; por exemplo, uma E. coli contém mais ou menos 15000 ribossomos, cada um com um peso molecular de aproximadamente 3 x 106 daltons constituindo 25% da massa total dessas células bacterianas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Proteínas Inativadoras de Ribossomos

Mamona
Arbusto com ca. 2,5m de altura, caule ramificado, coloração verde ou avermelhada. Folhas simples, longo-pecioladas, palmatilobadas com 7 a 11 lobos de bordos serrados e ápice acuminado. Flores em racemos terminais, com flores femininas ocupando a porção superior da inflorescência. Frutos cápsulas tricocas, espinhosas, triloculares, com uma semente em cada lóculo. Sementes lisas, brilhantes, negras com manchas brancas.
A mamona é originária da Ásia meridional e foi introduzida em quase todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. É largamente difundida por todo o Brasil, não havendo praticamente terreno baldio, mata ou lavoura abandonada onde ela não cresça. Em vários países a mamona é cultivada para a extração do óleo das sementes, o óleo de rícino, cujo principal emprego é na lubrificação de motores de alta rotação, como é o caso dos motores de aviões. O óleo de rícino é usado, também, como purgativo, na fabricação de tinta, verniz e plástico, enquanto a torta, subproduto da extração do óleo, é usada como adubo (Scavone & Panizza, 1980). Apesar da alta toxicidade das sementes de mamona, o óleo de rícino não é tóxico, visto que a ricina, proteína tóxica das sementes, não é solúvel em lipídios, ficando todo o componente tóxico restrito á torta (Gaillard & Pepin, 1999).
Detalhe da inflorência da mamona A toxicidade da planta é conhecida desde tempos remotos. Segundo Lord et al.(1994), há mais de um século atrás foi isolada das sementes da mamona uma proteína denominada ricina. Nesta época, acreditava-se que a toxicidade desta proteína resultava de sua habilidade de aglutinar, in vitro, células vermelhas do sangue. Estudos mais recentes mostraram que as preparações de ricina daquela época eram, na verdade, uma mistura de uma potente citotoxina, a ricina, e uma hematoaglutinina, a Ricinus communis aglutinina (RCA). Porém, sabe-se que esta hematoaglutinina é oralmente inativa, e só apresenta ação aglutinante de hemácias in vitro, ou quando administrada intravenosamente (Lampe, 1991). Assim, descarta-se a hipótese da intoxicação ser causada por aglutinação de eritrócitos.Vários trabalhos tentaram elucidar a ação da ricina em células animais. Foi assim que em 1988, Endo & Tsurugi divulgaram um trabalho decisivo, no qual descreveram o mecanismo da ação catalítica da ricina na unidade 60S dos ribossomos das células eucarióticas. Após a divulgação deste trabalho, várias proteínas estrutural e funcionalmente relacionadas à ricina foram descritas para uma grande variedade de plantas superiores. Estas proteínas, juntamente com a ricina, formam um grupo e são coletivamente conhecidas como “proteínas inativadoras de ribossomos” (RIPs). Estas enzimas inativam especificamente e irreversivelmente ribossomos eucarióticos, impedindo a síntese protéica. Elas podem ocorrer como monômeros de aproximadamente 30kDa (chamadas RIPS tipo I), ou, em certos tecidos vegetais, como um heterodímero, no qual uma RIP tipo I está covalentemente unida através de uma ponte dissulfeto a um segundo polipetídeo, cuja massa também está em torno de 30 kDa. Este segundo polipetídeo é descrito como uma lectina ligadora de galactose, e o heterodímero formado é chamado de RIP tipo II (Lord et al., 1994).
Ricina Como monômeros, as RIPs não são citotóxicas, pois não atravessam a membrana celular eucariótica. Na verdade, certos tecidos vegetais ricos em RIPs tipo I, como o germe de trigo e o grão de cevada, são largamente consumidos por seres humanos e animais sem nenhum dano celular. Porém, RIPs tipo II ligam-se às células eucarióticas através de interações com galactosídeos da superfície celular e, após subseqüente entrada no citosol, promovem a morte celular por inibição da síntese de proteínas (Lord et al., 1994).
A ricina é uma RIP tipo II heterodimérica composta de uma enzima inibidora de ribossomo ligada, através de uma ponte dissulfeto, a uma lectina galactose/N-acetilgalactosamina-ligadora. A cadeia B da ricina liga-se a componentes contendo resíduos terminais de galactose da superfície celular e, subseqüentemente, a molécula de ricina entra na célula eucariótica por endocitose. Acredita-se que após a endocitose, a cadeia B da ricina realize um papel secundário, facilitando a localização do substrato ribossomal pela cadeia A. Esta, após localizar seu substrato, liga-se a ele, catalisando enzimaticamente a quebra N-glicosídica de um resíduo de adenina específico localizado no RNA ribossomal 28S, contido na unidade 60S do ribossomo. Sendo assim, a atividade enzimática da cadeia A impossibilita a síntese de proteínas da célula por depurinação do RNAr 28S, culminando em morte celular (Lord et al., 1994). Lampe (1991), cita que apenas a cadeia A da ricina entra no citosol, enquanto a cadeia B permanece ligada à superfície celular. As células da parede gastrintestinal são as mais atingidas, sendo que uma única molécula da toxina é suficiente para causar a morte destas células. As sementes possuem, também, um alcalóide brandamente tóxico, a ricinina.

Há isoformas da ricina incluindo ricina D, ricina E e a anteriormente citada Ricinus communis aglutinina (RCA). Juntas, somam mais de 5% do total de proteínas presentes nas sementes maduras de Ricinus. RCA é estrutural e funcionalmente diferente da ricina. A primeira é tetramérica, composta de dois heterodímeros análogos de ricina, cada um dos quais contém uma cadeia A (32kDa) e uma cadeia B galactose-ligadora (36kDa). Em adição as suas diferenças estruturais, estas duas proteínas também diferem em suas propriedades biológicas. A ricina é uma citotoxina potente, mas uma ineficaz hematoaglutinina, enquanto a RCA é pouco tóxica para células intactas, mas apresenta uma alta atividade hematoaglutinadora in vitro (Lord et al., 1994).
A ricina e seus homólogos são sintetizados em células endospermáticas de sementes maduras de Ricinus, onde as RIPs são levadas para uma organela chamada corpo protéico (análogo a um compartimento vacuolar), para serem estocadas na célula madura. Quando as sementes germinam, as toxinas são rapidamente destruídas em poucos dias após a germinação.
As sementes desta planta são extremamente atrativas para crianças, levando-as a ingerir quantidades consideráveis destas sementes. Os sintomas da intoxicação aparecem depois de algumas horas, ou até mesmo dias após a ingestão. Neste intervalo de tempo, nota-se a perda do apetite, o aparecimento de náuseas, vômitos e diarréia. Subseqüentemente, estes sintomas se agravam. Os vômitos tornam-se persistentes e a diarréia passa a ser sanguinolenta (Ellenhorn & Barceloux, 1988).
Não existem antídotos para a intoxicação com ricina. O tratamento é sintomático, devendo sempre ser iniciado com lavagem gástrica e com a administração de carvão ativado ou de outros adsorventes.

By: Biotopicos

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Descoberta das Ribozimas

As ribozimas (palavra formada a partir de ácido ribonucleico e enzima), são RNAs dotados de atividade catalítica, principalmente de atividade RNasica, que pode ser exercida en cis, sobre eles mesmos ou en trans, sobre outras moléculas. Elas são, teoricamente, capazes de clivar um grande número de moléculas de RNA. As ribozimas representam um tipo particular e natural de moléculas antissenso com todas os atributos dos RNAs antissenso mais a vantagem da função catalítica. Estes RNAs são produzidos a partir do filamento complementar presente no lado oposto da fita codificadora que produz o RNA senso (figura abaixo). As ribozimas já foram utilizadas como RNase de restrição in vitro e como agente de controle específico da expressão genética in vivo e podem ser consideradas como ribonucleases de restrição programáveis.
Foi a partir do estudo de splicing de um RNA que teve início, por volta de 1980, a história das ribozimas. Naquela época, na Universidade do Colorado, Thomas Cech e colaboradores estavam estudando os genes do RNA ribossomal (RNAr) da Tetrahymena thermophila, um protozoário ciliado. A fim de compreender como se exprimiam esses genes, era preciso estudar o splicing e outras etapas que ocorrem durante a maturação que leva à produção do RNAr final. Esse protozoário, como outros eucariotos, possui quatro RNAr diferentes, três dos quais transcritos, a partir do DNA, em uma única molécula de RNA. Esse transcrito primário é em seguida processado e modificado, para produzir os RNAs “maduros”. Uma das primeiras etapas da maturação se efetua nos primeiros segundos que se seguem à transcrição e se trata da excisão de um íntron de aproximadamente 400 nucleotídeos, a partir de um transcrito primário de 6400 nucleotídeos. A excisão do íntron é concomitantemente com a ligação dos exons adjacentes. Thomas Cech e colaboradores constataram, para grande surpresa, que os íntrons desse RNA podiam ser excisados eficazmente in vitro, em total ausência de proteínas. Eles começaram tentando estabelecer as condições mínimas necessárias capazes de efetuar o splicing in vitro, incubando o pré-RNA ribossômico (não processado) com extratos provenientes do núcleo da Tetrahymena, que eles supunham conter as enzimas necessárias a esse processo. Thomas Cech e colaboradores perceberam que o splicing ocorria em quase todas as frações testadas, inclusive na fração controle, na qual não fora utilizada o extrato nuclear, logo em ausência de proteínas. Era preciso, entretanto, eliminar a possibilidade da existência de uma proteína contaminante ou fortemente ligada ao RNA. A confirmação de que o splicing dos pré-RNA ribossômicos da Tetrahymena é uma atividade intrínseca da estrutura do RNA e que as proteínas são “inúteis” para esse mecanismo veio da observação do splicing “espontâneo” de um RNAr sintético, produzido por transcrição in vitro, do gene correspondente clonado. O RNA produzido jamais tivera tido contato com célula, logo não podia ter sido contaminado com enzimas proteicas capazes de excisar íntrons e ligar exons. Apesar disso, ele se mostrou capaz de excisar e de processar seu próprio íntron nos mesmos locais que in vivo, em ausência total de proteína. Só a presença de magnésio e de um nucleotídeo que entra na composição do RNA, a guanosina, eram necessários. Constatou-se que a guanosina não era utilizada como fonte de energia, mas sim como um monômero a ser anexado ao íntron excisado (figura a seguir). Uma reação bioquímica, o corte da cadeia, seguido pela ligação, ocorria, portanto, sem a presença de enzima proteica. Com os íntrons do grupo I foram descobertos os primeiros RNAs catalíticos. Pela primeira vez era observado que uma macromolécula biológica, não proteica, apresentava uma atividade catalítica.
Foi constatado rapidamente que o autoexcisão se assemelhava, realmente, a uma catálise enzimática. Dentre outras propriedades, as reações apresentavam uma grande especificidade e quando o RNA era colocado em uma solução que o impedia de se dobrar, ele perdia sua capacidade de se excisar. Esta última observação é uma indicação que a estrutura tridimensional do RNA exerce um papel essencial na excisão, do mesmo modo que a estrutura terciária das cadeias dos aminoácidos intervém, de forma fundamental, na atividade enzimática das proteínas. Após os trabalhos pioneiros do grupo de Cech, uma série de outros íntrons, capazes de autoprocessamento, foram identificados em diferentes organismos. Eles têm sido descritos em outros protozoários, bactérias, fungos e organismos superiores como o milho e o feijão. Essa atividade tem sido descrita, também, em outros organoides celulares, tais como mitocôndrias e cloroplastos, não sendo, portanto, restrita aos ribossomos.
Os íntrons são classificados em dois grupos (grupo I e grupo II), com base nas suas semelhanças estruturais e no seu mecanismo de splicing. O íntron da Tetrahymena, o mais estudado e o melhor caracterizado, foi transformado em protótipo dos íntrons do grupo I (figura anterior). Os íntrons do grupo II, encontrados, geralmente, em cloroplastos de plantas e Euglena e em mitocôndrias de plantas e fungos, parecem ser menos numerosos e são menos conhecidos que os do grupo I. Ao contrário destes, a autoexcisão dos íntrons do grupo II (figura abaixo) ocorre sem guanosina e durante o processo se forma uma estrutura intermediária em forma de laço, que não é observada no caso dos íntrons da Tetrahymena ou de outros homólogos do grupo I.
Uma molécula de RNA é um longo polímero constituído de quatro nucleotídeos que são: citidina (C), uridina (U), adenosina (A) e guanosina (G). Esses quatro nucleotídeos se sucedem, segundo arranjos variados, ao longo da molécula, gerando uma sequência característica. Eles têm, dentre outras, a propriedade de se associar dois a dois por intermédio de ligações energéticas fracas do tipo pontes de hidrogênio. Esses pareamentos ocorrem entre A e U e C e G. Dessa forma, uma molécula de RNA pode se ligar a um outro RNA ou se dobrar sobre ela mesma se, neste caso, existirem sequências complementares de um lado e do outro, de modo a que os citados pareamentos sejam possíveis. Com o objetivo de conhecer precisamente as porções da molécula associadas à catálise, as sequências de nucleotídeos de diferentes íntrons do grupo I foram comparadas. Utilizando essa metodologia, F. Michel e colaboradores, do Centro de Genética Molecular de Gif-sur-Yvette na França mostraram, em 1982, que todos os íntrons do grupo I têm uma estrutura comum. Com base nesses dados foi possível determinar a posição do centro catalítico, que foi posteriormente confirmado utilizando mutações dirigidas, que consistem em modificar certos nucleotídeos dentro da cadeia. Uma outra sequência do íntron permite o reconhecimento preciso do sítio de corte ao nível da junção íntron-exon. A exemplo das reações enzimáticas clássicas, a reação de splicing é reversível, podendo os íntrons excisados reintegrar RNAs em sítios específicos. Essa reversibilidade é responsável, certamente, pela difusão dos íntrons entre os genes. É preciso mencionar que nem todos os íntrons do grupo I são capazes de autoprocessamento. Em relação a alguns, a reação é necessariamente catalisada por proteínas. Mesmo no caso de auto-catalise, sabe-se que as proteínas, de certa forma, facilitam realmente a reação, pois essa é cerca de 50 vezes mais rápida in vivo que in vitro.
Os íntrons, como descritos aqui, não se constituem verdadeiras enzimas, visto que a reação de splicing é um rearranjo intramolecular, quer dizer ela envolve um único RNA, que age sobre ele mesmo, ao contrário das enzimas clássicas que catalisam a reação de reagentes estranhos. Há ainda a considerar que nas condições mencionadas, eles não podem agir sucessivamente sobre vários RNAs. Na época da descoberta dos RNAs catalíticos, surgiu a transcrição in vitro, uma metodologia que permite a síntese de novas moléculas de RNA. Essa técnica permitiu dissecar e testar a atividade de RNAs catalíticos modificados. O resultado mais importante nesse domínio foi a obtenção de íntrons que se comportavam como verdadeiras enzimas, capazes de agir sobre outras moléculas de RNA sem ser eles mesmos modificados e serem recuperados após o processo. Isso fez nascer realmente o conceito de ribozima. Alguns anos mais tarde, Jennifer Doudna e colaboradores, do hospital geral de Massachusetts, mostraram que um íntron da Tetrahymena modificado pode se comportar como uma RNA polimerase, uma enzima proteica capaz de alongar uma molécula de RNA.
Cabe neste momento uma questão: verdadeiras enzimas RNA encontram-se nas células ou elas são apenas frutos de manipulações genéticas no laboratório? A resposta a essa questão surgiu a partir de estudos de uma enzima, a ribonuclease P (RNase  P), que se encontra nas células de procariotos e de eucariotos e é responsável pela maturação do RNA transportador (RNAt). Sabe-se que os precursores do RNAt (pré RNAt) apresentam uma sequência variável na sua extremidade 5′, que deve ser cortada para dar lugar a uma molécula funcional, capaz de assumir seu papel na síntese proteica. A função da RNase P, nesse processo de maturação, é catalisar a reação de corte dessa sequência variável. Essa enzima é atípica pelo fato de ser constituída de duas subunidades, sendo uma de natureza proteica (pequena proteína de massa molecular de 20.000 daltons) e a outra é uma molécula de RNA, de 377 nucleotídeos. Admitia-se que a atividade catalítica da RNase P era dividida entre a subunidade nucleica e a subunidade proteica, esta assumindo uma atividade enzimática e o RNA um papel estrutural. Em 1983, o grupo de Sydney Altman da Universidade de Yale, em Connecticut, em colaboração com a equipe de Norman Pace, em Denver, observaram que em certas condições in vitro, o RNA dessas enzimas era capaz de efetuar a reação em questão, cortando o precursor do RNAt no lugar correto em ausência de proteínas. Estas, por outro lado, não têm ação sem o RNA. É provável, entretanto, que a proteína, desprovida, ela mesma, de atividade catalítica, ajude o RNA a funcionar nas condições naturais da célula. No ano seguinte, graças a trabalhos, ainda, realizados pelo grupo de Altman, essa hipótese de que a atividade catalítica da RNase P reside na fração nucleica foi confirmada. Dessa feita, foi efetuada a transcrição do RNA da ribonuclease P a partir de um DNA recombinante, tendo sido demonstrado que esse RNA artificial catalisava a maturação normal dos precursores do RNAt. Eliminando-se, assim, a eventualidade de uma catálise por uma proteína contaminante, essa experiência demonstrou que, pelo menos in vitro, a parte catalítica da RNase P é representada pelo RNA. In vivo, entretanto, não existe nenhuma prova que a subunidade nucleica sozinha seja capaz de catalisar a maturação dos precursores do RNAt. A subunidade proteica é certamente necessária para o funcionamento in vivo da RNase P. Ela atua aumentando a velocidade da reação, estabilizando a estrutura do RNA e modificando a especificidade da enzima. Acessoriamente, ela atua, ainda, protegendo a subunidade nucleica contra a degradação pela RNase T1, principalmente dos nucleotídeos entre as posições 170 e 270. Pela descoberta dos RNAs catalíticos Altman recebeu, juntamente com Cech, o prêmio Nobel de química 1989.
Os íntrons autocatalíticos e a RNase P não são os únicos sistemas RNA dotados de atividade catalítica. Em 1986 uma terceira categoria foi descoberta em RNAs associados a vírus de plantas, os chamados RNA satélites. Alguns vírus vegetais apresentam, além do seu próprio RNA genômico, moléculas de RNA suplementares que utilizam os mecanismos de disseminação e de multiplicação do vírus, em seu próprio benefício. Esses RNAs satélites atingem concentrações elevadas nas células infectadas e se comportam, em alguns casos, como moléculas parasitas dos vírus, atenuando a severidade dos sintomas induzidos por esses agentes infecciosos. Durante sua multiplicação, alguns desses RNA satélites se encontram sob as formas circular e linear. As cadeias lineares podem se apresentar com uma única sequência ou conter um grande número de unidades idênticas justapostas. George Bruening e colaboradores da Universidade da Califórnia, em Davis, estudaram as formas diméricas (constituídas por dois monômeros) do RNA satélite de um vírus parasita do tabaco. Eles mostraram, em 1986, que essas moléculas diméricas podiam catalisar sua própria clivagem, liberando os dois RNAs satélites monoméricos.

By: Blog do Prof. Djalma Santos

Ribossomo bacteriano e eucariótico

Os ribossomos são encontrados em todas as células, procariotas e eucariotas, desempenhando um papel muito importante na síntese de proteínas.
Ambos são constituídos por duas subunidades, uma maior e outra menor.  Os ribossomos da célula procariótica são um pouco menores que os da célula eucariótica e apresentam proteínas ligeiramente diferentes em sua constituição.

 

Fabricando Ribossomos

Cientistas anunciam criação de ribossomo sintético
Cientistas dos Estados Unidos anunciaram um passo importante na direção de se criar uma forma de vida artificial com o desenvolvimento de um ribossomo - a fábrica da célula.
O ribossomo produz as proteínas que executam tarefas essenciais para todas as formas de vida. O RNA mensageiro leva consigo as instruções genéticas do DNA para o ribossomo de uma célula, que depois fabrica a proteína desejada. Todo organismo vivo -- das bactérias aos humanos - usa um ribossomo, e eles são impressionantemente similares.
Não é bem vida artificial, mas um passo importante nessa direção, disse o professor de genética George Church, da Harvard Medical School, que coordenou a pesquisa com um único estudante de pós-graduação.
"Se você vai criar uma vida sintética que é igual à vida atual em tudo... é preciso ter essa máquina biológica", disse Church a repórteres em uma entrevista por telefone.
E ela pode ter um importante uso industrial, em especial para a fabricação de medicamentos e proteínas não encontradas na natureza.
Church ressaltou que sua pesquisa ainda não foi publicada em revista científica, o caminho normal para a divulgação de um trabalho como esse. Ele apresentou o estudo em um seminário de ex-alunos de Harvard.
A equipe de Church não tem como objetivo desenvolver a vida em um tubo de ensaio, mas de produzir proteínas no laboratório.
"Podemos ir direto para a síntese de proteínas", afirmou ele. Church e seu colega de pós-doutorado Mike Jewett já sintetizaram a luciferase de um vagalume - o material que brilha.
"Também gostaríamos de produzir um tipo novo de célula... que é uma imagem espelho de um sistema de replicação." A maioria das formas de vida é "destra" ou "canhota", característica chamada de quiralidade.
Sabe-se que a mudança de quiralidade modifica os efeitos das drogas no corpo. Por exemplo, a talidomida, já utilizada para evitar náuseas, causa graves defeitos ao bebê. Ela se apresenta nas versões "destra" e "canhota" e apenas a "canhota" causa os defeitos - a droga comercializada, entretanto, contém os dois tipos.
Talvez seja possível produzir outras proteínas no laboratório sem usar células vivas, disse Church. Entre elas, drogas difíceis de serem produzidas atualmente usando-se um processo chamado design racional de drogas, no qual os medicamentos são construídos molécula por molécula para ter um mecanismo específico de ação.
Os vírus não são considerados organismos vivos pela maioria das definições, afirmou Church. Para fabricar a forma mais simples de vida artificial, seriam necessários 151 genes, calculam o pesquisador e outros especialistas.
"Cento e cinquenta e um genes incluiriam genes suficientes para replicar o DNA, produzir RNA, produzir ribossomos e ter uma membrana muito primitiva", afirmou Church.
O pioneiro do genoma Craig Venter está tentando desenvolver uma vida artificial, usando uma empresa chamada Synthetic Genomics Inc. Eles trabalham em vários projetos, incluindo um de um óleo vegetal sintético que poderia ser usado como biocombustível limpo.

Fonte: Reuters

sábado, 11 de junho de 2011

Biossíntese de Proteínas

As proteínas são codificadas pela seqüência de aminoácidos do RNA mensageiro, que carrega a informação contida nas bases do DNA, em outras palavras, a seqüência de desoxirribonucleotídeos do DNA é transcrita para uma seqüência análoga de nucleotídeos no RNA mensageiro que vai trazer essa informação de dentro do núcleo para o citoplasma celular onde vai se dar a tradução em proteínas.
É bem fácil entender porque esse processo é chamado tradução, a informação genética é expressa predominantemente na forma de proteínas, a informação que indica toda a composição das proteínas está guardada nos ácidos nucléicos numa seqüência linear formada por um alfabeto de quatro caracteres: os quatro tipos de nucleotídeos. Os aminoácidos, constituintes das proteínas, representam um outro alfabeto constituído de vinte caracteres e a informação genética deve fluir do primeiro para o segundo, esse processo também é chamado biossíntese de proteínas.


Agora surge uma importante questão: como a informação genética contida na seqüência de nucleotídeos do RNA mensageiro é traduzida para a estrutura protéica? Trataremos dos mecanismos pelos quais a cadeia polipeptídica é construída e através dos quais os ribossomos tornam possível a transferência da informação genética para a seqüência apropriada dos aminoácidos na cadeia polipeptídica.
O estudo do mecanismo da biossíntese de proteínas já elucidou muitas dúvidas a respeito de doenças genéticas, aumentando a qualidade de vida de portadores e abrindo possibilidades para aprevenção. Além dessas doenças, está se tornando possível o combate a alguns vírus e bactérias.
Este sempre foi um campo que atraiu a curiosidade de muitos pesquisadores. Um ponto de vista inicial foi de que as peptidases e asenzimas proteolíticas funcionam não somente na degradação, mas também na síntese de proteínas. Contudo, com a descoberta do papel fundamental do ATP nas reações biossintéticas, assim como o estabelecimento do conceito de que reações biossintéticas e catabólicas possuem vias diferentes, a reversão da atividade hidrolítica pareceu um mecanismo improvável para a biossíntese protéica.
Os avanços nessa área foram significativos quando surgiram experimentos que aplicavam a técnica de isótopos marcados. Aminoácidos radioativos eram incorporados a células de animais intactas e assim era possível acompanhar a biossíntese das proteínas.
A partir dessas experiências surgiu uma noção primária da síntese protéica, foi comprovado que as proteínas dos tecidos animais sofrem alteração metabólica, que a síntese de proteína necessita uma fonte de energia metabólica e que os aminoácidos e não os peptídeos simples são os precursores imediatos da proteína.
A era moderna de pesquisa sobre o mecanismo da biossíntese deproteínas começou na década de 50, com as investigacões de P. C.Zamecnik e seus colegas, em Boston, que através da pesquisa em sistemas livres de células, foram os primeiros a identificar partículas ribonucleoproteicas, os ribossomos, como o sítio da biossíntese deproteína e o RNA transportador.
Este complexo mecanismo exige um número muito grande de macromoléculas e enzimas. Sendo que cada componente vai realizar uma função específica. Todos os aminoácidos devem estar presentes para ocorrer a síntese, se houver carência de um aminoácido, a tradução será interrompida num códon que o codifique. A fita de RNA mensageiro a ser traduzida, os RNAs transportadores, os ribossomos funcionais, as fontes de energia, as enzimas e os fatores protéicos necessários à iniciação, ao alongamento e à terminação da cadeia polipeptídica.

Esquema geral da síntese protéica

Todos esses componentes vão se reunir, vão apresentar afinidades uns pelos outros e vão reagir de maneira específica, com gasto energético, para formar as proteínas.
A tradução acontece em células eucariontes tanto no citosolcomo nas mitocôndrias, sendo que o mecanismo nas mitocôndrias estámais parecido com o que ocorre nos procariontes. Na verdade, o processo nos eucariontes se apresenta mais complexo e contém maior número de enzimas e fatores protéicos, mas tem uma base em comum com o processo procarionte.

By: scribd - RNA-RIBOSSOMICO

sábado, 4 de junho de 2011

Nobel de Química premia estudo de ribossomos

Ribossomos: o alvo para novos antibióticos

Hoje, os seres humanos dispõem de um arsenal de antibióticos diferentes que podem ser usados na luta contra as doenças geradas por bactérias. Muitos desses antibióticos matam as bactérias, bloqueando a atividade de seus ribossomos. Entretanto, as bactérias acabam se tornando resistentes à maioria dessas drogas rapidamente. É fundamental, portanto, que se trabalhe para a descoberta de novos antibióticos.
No ano de 2009, os três laureados com o Prêmio Nobel em Química determinaram e identificaram estruturas que mostram como diferentes antibióticos podem se ligar aos ribossomos. Alguns antibióticos bloqueiam o caminho através do qual as proteínas saem do ribossomo e outros antibióticos bloqueiam a formação de ligação peptídica entre aminoácidos. Outros antibióticos, ainda, impedem a transcrição da mensagem DNA/RNA na proteína.
Algumas empresas usam, atualmente, as estruturas dos ribossomos para desenvolver novos antibióticos. Há empresas que estão desenvolvendo, também, testes clínicos para resolver os problemas causados pelas bactérias multirresistentes.
As pesquisas de Venka-Traman Rama-Krishnan, Thomas Steitz e Ada Yonath revolucionaram o desenvolvimento de antibióticos.
Dois americanos e uma israelense foram premiados, na quarta-feira 07/10/09, com o Nobel de Química. As pesquisas deles revolucionaram
o desenvolvimento de antibióticos.
Venka-Traman Rama-Krishnan, Thomas Steitz e Ad
a Yonath ajudaram a ciência a entender melhor como funcionam os ribossomos, as fábricas de proteínas encontradas nos núcleos das células.
Isso tornou possível desenvolver remédios que bloqueiam o funcionamento dos ribossomos em bactérias que causam doenças e infecções. Os cientistas trabalharam separadamente, mas publicaram as descobertas quase ao mesmo tempo, nove anos atrás.
Venkatraman Ramakrishnan, do Reino Unido, o americano Thomas A. Steitz ,e Ada E. Yonath, de Israel, foram reconhecidos por estudar a estrutura e a função do ribossomos, pequenas estruturas encontradas em todas as células responsáveis pela síntese da proteína, que é fundamental para que as células façam a "tradução" genética das informações contidas no DNA. Essa síntese nada mais é do que uma espécie de "tradução". O ribossomo "lê" as instruções genéticas de cada célula e produz as proteínas. O DNA, um composto orgânico presente em todas as células dos seres vivos, é primordial para o crescimento, sobrevivência e reprodução e as dezenas de milhares de proteínas que fazem parte do corpo controlam as atividades químicas. Os estudos dos três pesquisadores são úteis para combater diversos tipos de infecções porque a estrutura básica do ribossomo é muito parecida em bactérias e seres humanos. Como a ação de muitos antibióticos impede a “tradução” das proteínas nos ribossomos das bactérias, quanto mais se estuda a fundo o ribossomo, maiores são as chances de criar medicamentos resistentes a alguns antibióticos.
O que o trio fez foi usar um método chamado cristalografia de raios X, que usa esse tipo de luz para localizar as posições de cada um dos átomos de uma molécula. Assim foi possível entender como é o ribossomo.
n182a cristalografia de raios X
Os ganhadores do Nobel de Química de 2009 não buscavam antibióticos quando começaram suas pesquisas, décadas atrás. A Academia Real Sueca de Ciências, que oferece o prêmio, declarou que o trabalho dos três é um exemplo de como “pesquisa guiada pela curiosidade pode ter uso prático”.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Características dos Ribossomos

O ribossomo une outros componentes importantes na síntese de proteínas, as moléculas de RNA, para traduzir a seqüências de aminoácidos de uma proteína. As tríades de ácidos nucléicos (anticódons) do RNA são utilizadas pelo ribossomo para a geração de uma sequência de aminoácidos. 
O sítios de ligação para o RNA (no ribossomo) estão na sua subunidade menor. Existem três sítios de ligação para moléculas de RNA. Cada tRNA ligado comunica as subunidades 30S e 50S, com sua ponta de anticódon na primeira e sua ponta aminoacil (levando o aminoácido) na ultima. O sítio A (de Aminoacil) liga-se a um aminoacidos tRNA que chega, cujo anticódon pareia com o códon no síto A da subunidade 30S. À medida que nos movemos no sentido 5' do RNA no sítio P (de peptidil) da subunidade 30S. O RNA no sítio P contém a cadeia polipeptídica crescente, parte da qual se ajusta a uma estrutura tipo túnel na subunidade 50S. O sítio E (de saída) contém um tRNA desacila (ele não leva mais um aminoácido) que está pronto para ser liberado pelo ribossomo. Não está claro se as interações códon-anticódon também ocorrem entre o RNA e o RNA no sítio E. 
Duas regiões do ribossomo são críticas para a síntese de proteínas. O centro decodificador na subunidade 30S garante que apenas os tRNA portadores de anticódons que se pareiam com o códon (chamados de RNA cognatos) serão aceitos no sítio A. Os tRNA cognatos se associam ao centro de peptidil transferase na subunidade 50S onde é catalisada a formação da ligação peptídica. Recentemente, a estrutura dos ribossomos em associação aos RNA foi determinada em termos atômicos como uso de varias técnicas, incluindo cristalografia de raios X. Os resultados destes estudos elegantes mostraram claramente que ambos os centros são totalmente compostos de regiões de RNA. Isto é, os contatos importantes nestes centros são de RNA -RNA. 
A formação da ligação peptídica é tida como sendo catalisada por um sítio ativo no RNA ribossômico e apenas ajudadas por proteínas ribossômicas. Sua função é produzir proteinas.